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Noticias: Clássico que é clássico volta à tona - Remakes

- Na defesa dos remakes, o autor Benedito Ruy Barbosa diz que os textos do teatro que hoje chamamos de clássicos só se tornaram clássicos por causa das suas sucessivas montagens. Seguindo seu raciocínio, então, não há mal nenhum em tirar certos textos do baú da televisão de vez em quando e, mais, é até saudável fazer isso.

Mas é claro que TV é uma coisa, teatro é outra. E que nem tudo o que foi sucesso e inovação em outros tempos pode simplesmente voltar e pronto - coisa muito mais simples de fazer acontecer no teatro. Num surto de nostalgia, o TV&Lazer procurou autores e também fez suas escolhas, para mostrar aqui quais os remakes em potencial na história da telenovela brasileira.

O primeiro ingrediente a se levar em conta numa refilmagem é a atualidade da trama, que é algo totalmente descolado da qualidade dela. Vale Tudo (Gilberto Braga, 1988), por exemplo, é uma novela perfeita, mas que não sobreviveria a uma nova versão - seu momento passou.

Gilberto Braga, aliás, resiste um pouco a remakes de suas novelas, não fez nenhum ainda. Há algum tempo, pensou em levar adiante um projeto para uma nova versão de Dancin?Days (1978), mas recuou. "Desisti, com medo de não sair à altura da original", admite. "Tivemos um elenco excepcional. Como conseguir atores que nos façam esquecer Sônia (Braga), Joana (Fomm), (Antonio) Fagundes, Glorinha (Pires), Lídia (Brondi), Laurinho (Corona) e tantos outros? Medrei."

Mesmo assim, entrando no nosso jogo, ele aponta Brilhante como uma novela sua que gostaria de ver refilmada. De um colega, escolhe Escalada, de Lauro César Muniz, de 1975.

Com a bola, Muniz diz que gostaria de refazer O Casarão, seu maior clássico. A novela é lembrada até hoje por apresentar a trama em três épocas diferentes, ao mesmo tempo. "O jogo do tempo me fascina. Eu reescreveria a novela em três tempos simultâneos como fiz na primeira versão, mas faria o presente ser hoje", detalha.

De outrem, Muniz cita a surreal O Rebu, de Braulio Pedroso (1974). "Ela conta uma história em 160 capítulos, que se passa em apenas algumas horas: a noite de uma festa, intercalada com a investigação, no dia seguinte, sobre um crime acontecido durante a festa. Brilhante!", resume.

Silvio de Abreu concorda com Gilberto Braga: "Fazer remakes de grandes e marcantes sucessos é sempre um risco", diz. Mesmo assim, ele já apresentou à Globo um projeto para refilmar Guerra dos Sexos, clássico da comédia escrito por ele em 1983. "É uma ótima história,com situações ainda bastante atuais. Sei que quem assistiu vai ficar comparando, mas existe toda uma geração que só ouviu falar e nunca viu", arrisca. "Ainda não obtive resposta da emissora, mas se quiserem fazer, entro de cabeça no trabalho."

Silvio recorre a Cassiano Gabus Mendes na hora de citar outro autor. "Plumas & Paetês daria um excelente remake. Tem uma ótima história romântica central, o mundo das modelos, que é fascinante para o público e está super na moda, bons personagens de comédia e uma sofisticação que só ele sabia fazer", opina.

Silvio lembrou bem: o baú de Gabus Mendes é dos mais sortidos e, pena, ainda não foi aproveitado para remakes na Globo. Ali estão títulos como Que Rei Sou Eu?, Elas Por Elas, Marron-Glacé e Brega & Chique. "Já ameaçaram fazer várias vezes, surge sempre algum boato sobre isso, mas até agora, nada de concreto. Nossa família está na torcida por um remake dele", diz o ator Tato Gabus, que se orgulha da modernidade que ainda exala dos tramas do pai. "Ti-ti-ti, por exemplo, precisaria de pequenos ajustes. E Que Rei Sou Eu? foi uma inovação na época e continua atual, é incrível."

fonte: O Estado de SP

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